Frequentemente se diz que os jovens perderam o respeito, os ideais, a meta. Ora, isso não é de hoje; sempre o jovem recebeu uma pecha de arquétipos negativos. Há 5000 anos, no alto nilo, uma pedra recobriu um túmulo egípcio. Nela estava gravada esta frasedesconsolada: "A juventude está se desagregando".
Há uma bela inscrição feita em granito, que se encontra em um jardim em Verona, na Itália:
A juventude não se mede pela idade.
Juventude é um estado de espírito que se baseia no querer.
Juventude é a disposição para fantasias, a ponto de transformar em realidade a fantasia.
Juventude é a vitória da disposição contra a acomodação.
Juventude é o gosto pela aventura, superando o amor ao conforto.
Ninguém envelhece simplesmente porque viveu determinado número de anos.
Envelhece aquele que abdica dos ideais.
Assim como o passar dos anos se reflete no organismo, a falta de empolgação se reflete na alma.
Ser jovem pode significar ter 60 ou 70 anos e conservar a admiração pelo belo, pelo fantástico, pelas idéias brilhantes, pela fé nos acontecimentos. Pode significar conservar o desejo insaciável da criança por tudo o que é novo, o instinto pelo que é agradável, pelo lado feliz da vida.
Ser jovem é não perder a capacidade de indignação e de luta. A aceitação passiva de todas as mazelas sociais e políticas é característica de quem perdeu a juventude. O jovem acredita no sonho, na utopia, na transformação da realidade. Ele sofre com a injustiça e clama por tempos melhores. O jovem é simples e tem uma fantástica disposição para a vida sem temer o novo; conserva uma mensagem de grandeza e de força que é peculiar ao ser humano. Essa é a marca de mulheres e homens que entregaram a juventude para grandes causas, a marca dos que não se acovardaram.
(In: Gabriel Chalita. A solução está no afeto, 2001, pág. 35)
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