segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que respeitamos uns nos outros ?

Com certeza as pessoas precisam ser apreciadas e respeitadas por aquilo que são, em todos os aspectos da natureza humana. Mas respeitar e confiar uns nos outros como companheiros de jornada, companheiros de busca, oferece à nossa vida moderna um significado totalmente novo de confiança e respeito.
Sem esse tipo de respeito e de confiança, não existe a felicidade porque não se está baseado na felicidade completa. Precisamos ser respeitados como homens e mulheres, como mães ou pais, e por aquilo que aprendemos e praticamos nas nossas atividades de vida, nos nossos empregos ou carreiras; precisamos ser respeitados com seres humanos, sem complicadas justificativas filosóficas ou teológicas. Somos seres humanos; devemos nos respeitar uns aos outros; quer estejamos cientes ou não, a voz da consciência está sempre nos dizendo isso. E a confiança está no cerne do respeito - não uma confiança em algo mais elevado que pode agir sobre os seres humanos, acima e além das necessidades e dos desejos pessoais - a confiança no ser humano ou, como nas palavras de Nietzsche, " no aminal que pode fazer promessas".
Mas Nietzsche também poderia ter dito: " o ser humano é o animal que também pode quebrar promessas". Isso porque vemos que não podemos confiar uns nos outros além de um determinado ponto. Isso é fato. Assim, ao longo de nossas vidas, o nosso sentido mútuo continuamente será dual: respeitamos uns aos outros, mas ao mesmo tempo monitoramos continuamente o nível de confiança que podemos depositar uns nos outros considerando-se como realmente somos. Eu respeito a sua divindade; eu desconfio dos seus demônios. Da mesma forma que, se estou lutando pela minha verdade interior, respeito a minha própria divindade, enquanto tento ser sincero comigo mesmo no que tange aos meus próprios demônios.
Mas, em muitas vezes ou melhor, na maioria das vezes que essa confiança é quebrada, a divindade é violada e os demônios atormentam nosso ser.
Deveríamos respeitar mais os sentimentos alheios, porém, poucas pessoas tem a valorização própria. Poucas valorizam a sí mesmas, pois deixam seus demônios interiores agirem por elas. É um grande pesar ver que pessoas que amamos se auto-destroem em desrespeitos a sí mesmas, a seus princípios e estilos de vida. Cabe a nós , em silêncio, rogar pela felicidade para que à sua maneira, seja alcançada.

Minha adaptação do texto extraído do livro: Sobre o Amor ( Jacob Needleman ) Um estudo investigativo.

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